A
ministra do Supremo Tribunal Federal Cármen Lúcia, presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, defendeu na sexta-feira, em São Paulo, o
veto às doações de campanha por pessoas jurídicas. Para Cármen Lúcia,
empresas não deveriam contribuir com recursos a políticos. A maior parte
das doações de campanha no Brasil é feita por meio de pessoas
jurídicas, que entretanto não aparecem porque doam por meio dos comitês
de campanha e não diretamente ao candidato.
“Em primeiro lugar a ética é pessoal, é
preciso sempre lembrar disso”, declarou a ministra. “Ninguém pode
imaginar que por ter havido um financiamento de empresas privadas, por
exemplo, que isso vai gerar qualquer tipo de obrigação, ou que,
principalmente, se vai fazer pagamentos em serviços da parte dos
eleitos.”
A ministra foi taxativa. “De toda sorte,
este é um assunto que precisa ser devidamente esclarecido. Por exemplo,
pessoa jurídica não é cidadão e não vota. Não há por que empresa fazer
financiamento de campanhas. Esse é um dado que precisa mesmo de ficar às
claras. Pessoa jurídica não deveria contribuir, porque não é cidadão.”
Ela ressalvou que eventuais alterações
na legislação cabem ao parlamento. “Esta é uma mudança que passa pelo
Congresso, a escolha dessas políticas é do Congresso. O que a Justiça
eleitoral faz é discutir esses assuntos cada vez mais com os prós e os
contras, as consequências, o controle das contas cada vez mais apurado.”
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