Levantamento do Correio Braziliense mostra que a geração dos protestos de junho vai às urnas pela primeira vez em outubro. Cerca de 11 milhões de adolescentes entre 16 e 20 anos que tiveram papel decisivo no movimento que tomou as ruas do país no ano passado vão estrear nas eleições. São jovens como os estudantes Aníbal Londe, de 16 anos, e Ian Viana, de 18, que ainda não tinham vivenciado a atuação política e agora, com o título de eleitor em mãos, poderão ajudar a colocar em prática as transformações que reivindicaram. Atrair esse público será um dos grandes desafios dos candidatos, principalmente aos postulantes ao Planalto, que já afinam o discurso para se aproximar do grupo que corresponde a pelo menos 10% do eleitorado e será determinante no resultado.
Segundo números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a média de novos votantes entre 16 e 18 anos no país tem sido de 2 milhões a cada pleito e neste ano já está garantido quase 1 milhão — o cadastramento só será encerrado em maio. A média dos demais adolescentes ainda no início da vida democraticamente ativa, entre 18 e 20 anos, é de 9 milhões. Se mantiverem a média de 11 milhões, juntos eles poderão contribuir para a vitória ou derrota de um candidato: em 2010, a diferença entre a presidente Dilma Rousseff e o segundo colocado, José Serra, ficou em 12 milhões de votos. E as manifestações podem ter ajudado a engordar esse número.
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