Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL |
Depois
da prisão preventiva do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o
próximo a entrar no radar da Operação
Lava Jato pode ser o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A informação é do jornal Valor
Econômico. De acordo com uma pessoa ligada à Jusitiça Federal de
Curitiba, o ex-presidente ainda não está sendo investigado, mas algumas
suspeitas o colocaram no radar da força-tarefa. "Ele [Lula] recebeu
valores daquelas empresas investigadas. No exercício do mandato dele não há
nenhum indício de que tenha recebido. Mas depois que ele saiu do cargo, recebeu
aqueles valores referentes a palestras pelo Instituto [Lula], que têm de ser
pensados", disse ao jornal. Por “empresas investigadas” entende-se
que são as empreiteiras investigadas na Lava Jato, cujos diretores estão
envolvidos com o processo criminal por corrupção e lavagem de dinheiro desviado
de contratos com a Petrobras.
A
priori, Lula recebeu remunerações por suas palestras. Informações do laudo
pericial da Polícia Federal dizem que o ex-presidente teria recebido 1,5 milhão
de reais da Camargo Corrêa,
em três pagamentos. Sabe-se também que a Odebrecht contratou
discurso de Lula em eventos da empresa. Nenhum dos delatores, contudo, disse
que os pagamentos recebidos por Lula foram propina. Procurado pelo jornal,
o Instituto Lula justifica a legalidade das palestras ao afirmar que foram
eventos públicos e que os pagamentos estão registrados e declarados à Receita
Federal. "Esse boato anônimo não corresponde nem à verdade nem à declaração
dada pelo procurador Carlos Fernando Lima [que atua na Lava-Jato] em entrevista
ao jornal O Globo, no dia 26 de junho, onde ele diz: 'sabemos que o
ex-presidente faz palestras efetivamente'", afirmam em nota.
A Camargo Corrêa disse que a
contribuição ao Instituto Lula foi registrada equivocadamente em 2012 como
'bônus eleitoral' na contabilidade analisada pela Polícia Federal, mas
tratava-se de “apoio institucional” e contratação de palestras.Exame.com
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