Muitos prefeitos de municípios pequenos e distantes têm dificuldades para montar equipes técnicas que conheçam o bê-á-bá da máquina pública. Neste sentido, o presidente da Femurn, Benes Leocádio (PP), tem razão, até certo ponto, quando atribui a “falhas técnicas” – e não à corrupção – a maioria das irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas do Estado nas contas das prefeituras do RN.
Mas essa ressalva não pode servir de argumento para que se reduza o rigor na fiscalização. É preciso separar o joio do trigo. Usar verba federal na rubrica errada é uma coisa, desviar recursos para benefício pessoal ou partidário é outra.
Mas ambos os casos merecem punição, do contrário nunca haverá pressão para que os prefeitos enfrentem as dificuldades e realmente se esforcem para qualificar suas assessorias. É difícil conseguir um bom advogado para atuar numa cidadezinha perdida no meio da caatinga? Sem dúvida. Mas os gestores já sabiam que essa seria a realidade quando se candidataram. Foram eleitos para superar esse tipo de problema, não para usá-lo como escudo. Portanto, prefeitos, mãos à obra. A bola está com vocês. E a sociedade cobra.
DN
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