Exames como tomografia e raio-x, essenciais para diagnóstico de dezenas de patologias, podem ser prejudicados a partir da próxima sexta-feira no Rio Grande do Norte, caso o pagamento dos plantões eventuais dos meses de agosto e setembro de aproximadamente 1,5 mil servidores estaduais de saúde não sejam regularizados.
Os plantões eventuais, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), são os que extrapolam os quatro permitidos pelo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS). Os plantões eventuais foram definidos como um paliativo para suprir a necessidade existente ou até que fosse realizado um concurso público e as escalas cobertas. Entretanto, segundo diretora do Sindsaúde, Sônia Godeiro, o concurso realizado em 2008 pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) ofereceu apenas 1.010 vagas, número insuficiente para acabar com os plantões eventuais, prática que vem sendo realizada por muitos profissionais há10 anos. "Seriam necessárias 4,5 mil vagas para resolver a questão", afirma Sônia.
Os funcionários denunciam que o atraso no pagamento dos plantões eventuais tem sido constante nos últimos meses. "Sempre recebemos o pagamento no mês seguinte. Isso já virou regra, mas desta vez a situação está bem pior", disse o funcionário que prediu para não ser identificado. Os servidores da saúde que cogitam suspender as atividades esta semana trabalham em cerca de 20 hospitais do RN e são de diversas categorias como enfermeiros, técnicos de enfermagem, bioquímicos e nutricionistas.
Além desses servidores, cerca de 100 médicos também ameaçam suspender atendimentos nos hospitais regionais de Macaíba, Mossoró, Pau dos Ferros, João Câmara, São Paulo do Potengi, São José de Mipibu, Angicos e Natal. O presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira Filho, explica que a situação dos médicos é a mesma dos outros servidores e que com a paralisação alguns hospitais correm o risco de fechar. "Em alguns hospitais, os serviçosserão prejudicados, mas outros podem ser paralisados já que a maioria dos profissionais não tem vínculo com o hospital e pagam apenas plantões eventuais", disse.
Por. Erta Souza
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