A Secretaria de Comunicação da Presidência da República pedirá um levantamento às empresas estatais sobre como estão sendo feitos os gastos de publicidade de cada uma delas. O objetivo é mapear o direcionamento de verbas para blogs e publicações não noticiosas favoráveis ao PT. A Secom já identificou que boa parte do dinheiro gasto com este tipo de publicidade sai dos cofres das estatais e pretende revisar esta política, voltando os investimentos a meios de conteúdo jornalístico.
Petrobras e Caixa já chamaram atenção por uma atuação menos técnica e com direcionamento de recursos aos blogs que apoiavam o governo. Elas são as primeiras que devem sofrer um reposicionamento da atuação.
Um auxiliar do presidente interino Michel Temer informou que ainda não há uma análise conclusiva, e que somente após ter clareza dos dados é que serão tomadas as providências. As informações estão sendo levantadas e não há definição se serão substituídos os responsáveis pela Comunicação das estatais. Segundo um assessor de Temer, há cargos de natureza técnica nessas empresas e os próprios comandantes das estatais estão sendo definidos agora.
— Vamos aguardar — afirmou.
TRAUMANN REBATE USO DE ROBÔS
O ex-ministro da Secom, Thomas Traumann, entrou em contato com o GLOBO para afirmar que, ao contrário do que a então oposição disse ao chamá-lo ao Congresso, nunca defendeu contratações de robôs (software) para melhorar a imagem da presidente Dilma Rousseff:
“O documento citado no texto defendia uma autocrítica do governo Dilma em função da mudança entre o discurso da campanha eleitoral e a prática do início de governo. Falava da polarização do ambiente político e citava que parte dessa polarização se devia ao uso dos robôs, tanto do PSDB, quanto do PT. Nunca defendi que a Secom ou qualquer outro órgão público usasse robôs. Isso é um problema dos partidos. Eu fiz uma constatação”, disse em nota.
No documento vazado no início de 2015 e que motivou sua saída do governo, Traumann dizia que o governo “repetiu o erro” de romper com a militância digital, o que gerou um “isolamento do governo federal com as redes”: “A partir de novembro, as redes sociais pró-Dilma foram murchando até serem quase extintas. Principal vetor de propagação do projeto dilmista nas redes, o site Muda Mais acabou. Os robôs que atuaram na campanha foram desligados e a movimentação dos candidatos do PT foi encerrada”.
O Globo
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