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Nordeste enfrenta uma das piores secas da história, que atinge 1400
municípios, onde vivem 10,5 milhões de pessoas. Os produtores rurais da
região estiveram nesta terça-feira na Comissão de Agricultura da Câmara
para pedir o perdão das dívidas e novas regras de financiamento da
agricultura no semiárido. Depoimentos dramáticos para mostrar a
gravidade das consequências da estiagem na vida dos nordestinos não
faltaram, como o de Joana D'Arc Pires, de Acari, no Rio Grande do Norte:
"Em
1996, meu pai fez um financiamento junto ao Banco do Nordeste e
contraiu uma dívida no valor de R$ 83 mil, que foram usados para fazer
açudagem, reservatório de água, compra de animais, e com as secas
subsequentes, se viu os animais morrendo, sem ter condição de se manter
por falta de água, e ele entrou numa depressão profunda. Em 1999, ele
cometeu suicídio. Minha mãe ficou com essa dívida e até hoje não
consegue pagar".
Assim como Joana, estão inadimplentes quase 2
milhões de contratos de financiamento rural no Nordeste, a maioria de
pequenos produtores. As dívidas somam mais de R$ 14 bilhões, segundo a
Confederação Nacional da Agricultura. O governo federal já lançou
medidas para ajudar a diminuir o impacto da seca na região, segundo os
representantes dos ministérios que estiveram na audiência. Entre as
ações, a construção de cisternas, pagamento uma bolsa estiagem e
liberação de R$ 2,4 bilhões para refinanciamento de dívidas.
MD
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