O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje (19) que 53,3% da população do país estão empregados. O índice corresponde ao nível de desocupação, que atingiu em junho o menor percentual da série da pesquisa, iniciada em 2002.
O resultado reflete o aumento de empregos no setor serviços, que gerou 6,4% a mais de postos de trabalho entre junho do ano passado e o mesmo mês de 2011. A indústria também se destacou em junho ante maio, contratando 0,8% a mais que no mês anterior.
Os aumentos se refletiram no crescimento da taxa de ocupação de 2,3% entre junho de 2010 e o mesmo mês de 2011, o equivalente a 512 mil postos de trabalho. Porém, não fez subir a taxa em relação a maio deste ano e a população ocupada somou em junho 22,4 milhões de trabalhadores.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, não houve transferência de trabalhadores de um setor para o outro nos períodos pesquisados, o que mantém o desemprego estável no ano. Entre maio e junho de 2011, a taxa de desocupação diminuiu de 6,4% para 6,2% e na comparação com junho de 2010 a redução foi 0,8 ponto percentual.
Na passagem de um mês para o outro, a pesquisa também destaca que dois setores ligados ao consumo demitiram mais que contrataram e podem ter freado a queda da desocupação esperada para o fim do primeiro semestre. O comércio deixou de empregar cerca de 70 mil pessoas (-1,7%) e o outros serviços (turismo, restaurantes, etc), cerca de 40 mil (-1,2).
"Existe uma redução na desocupação, mas não é suficiente para fazer a taxa reduzir significativamente", disse Azeredo. Segundo ele, o esperado era uma taxa de desemprego menor, que não se concretizou por questões "exógenas".
O pesquisador ressaltou que embora as contratações tenham diminuído nos dois setores ligados ao consumo, o poder de compra da população cresceu. O rendimento médio real teve aumento de 4% entre junho de 2010 e junho de 2011 e ficou em R$ 1.578.50. Em 2011, na comparação mês a mês, cresceu pela sétima vez consecutiva entre maio e junho.
"A perda [de empregos] no comércio foi 73 mil. Se essa queda fosse acompanhada da diminuição do rendimentos, poderíamos dizer que representava redução do poder de compra, mas isso não é verdade", assinalou Azeredo.
De acordo com ele, a organização do mercado de trabalho por causa de um cenário econômico mais favorável e maior formalização podem justificar o aumento.
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