É PRECISO LUTAR CONTRA TODA E QUALQUER FORMA DE OPRESSÃO!
Parabenizo a atitude de Ronaldo por nos dar a oportunidade de ficarmos informados das ações realizadas pelos vereadores, por meio da transmissão das sessões pela rádio, isto sim eu chamo de transparência porque vocês sabem que nem todos têm oportunidade de está aqui presente, outros, me inserindo entres estes, não suportam ouvir uma sessão e ficar mudos na plenária para não serem chamados à atenção e até mesmo ser colocado para fora do recinto.
Farei um breve relato do que ouvi eestou vivenciando nesta luta da educação nos últimos meses em nosso município. O que a categoria está passando são conseqüências de uma mal administração na educação que não é de um ano nem dois; como vários vereadores já citaram aqui, na administração anterior, por exemplo, ficamos 8 anos sem aumento, tínhamos apenas o repasse da diferença do salário mínimo,mas saibam que a classe de educadores não estava satisfeita, mas infelizmente não tínhamos uma Lei maior que nos desse amparo na luta, pois o a Lei que criou o Piso Nacional para os profissionais do magistério só passou a vigorar a partir de 2009, se hoje, com toda lei a nosso favor estamos passando por este massacre, imagina antes! Aquela era uma outra conjuntura, o SINTE possuía uma outra direção, era uma outra realidade.
No momento o que nós temos é uma lei que nos dar o direito de ter um piso salarial equiparado com o resto do país,queremos apenas que seja respeitada pois foi uma conquista da categoria que vem sofrendo grandes perdas nos últimos anos.
Então, afirmo que a luta da Educação é uma luta contra toda forma de opressão, de dominação ideológica da classe dominante,e sobretudo é uma luta contra a alienação, o conformismo de achar que só quem pode é quem está no poder, lembremos que este poder não é para sempre, e nós professores temos uma carreira de até trinta anos de serviço; o professor tem que ter a consciência de que a sua missão é a de ser mediador do conhecimento, portanto não pode calar a voz diante deste caos que estão fazendo com a educação de nosso município. Nós educadores somos seres politizados,consciente de que tudo que existe foi construído historicamente pelo homem e como foi por ele podem ser desconstruído e reconstruído sim,é o caso do nosso plano do magistério que pode ser emendado sim, mas para melhorar, não adequá-lo apenas pelos interesses do atual poder em detrimento dos direitos da categoria, e porque não fazem valer o que tem nele? É aterrorizante ouvir de um legislador, como aconteceu na última sessão desta casa, “é só abolir o anexo da Lei!”. Desse jeito é o mesmo que dizer tire o inciso VI do Artigo 7º da Constituição Federal que prega que “ o salário do trabalhador é irredutível, exceto em convenção ou acordo coletivo” . A Carta Magna não vale nada diante desse poder?Ou então digam: rasguem seus títulos eleitores, não votem mais, deixem quem esta no poder decida tudo! Será que vamos voltar à ditadura militar, à anarquia porque aqui não o precisa cumprir as leis Constitucionais? Cidadãos, a conjuntura atual não comporta mais um novo coronelismo que tenta se instaurar neste município! Os tempos são outros! Ou será que Cerro Corá está condenada a viver engessada numa eterna política de “compadres”?
É neste momento que nós eleitores devemos ficar atentos a quem demos um voto para nos representar; será que está aqui mesmo para defender o povo?Tenho certeza que todos os vereadores que chegaram aqui,sem exceção,teve o voto de algum professor! Reflitam, vereadores, sobre a luta desta categoria que já dura5 meses, e que os argumentos do executivo não derrubam em momento algum o que a categoria vem lutando,vocês sabem que no momento que o município provar para o Governo Federal que não pode pagar, vem o complemento para o pagamento integral do Piso nacional. O que custa Cerro Corá envia relatórios que justifiquem a insuficiência de recursos que tanto alega? Ou como vai ter a marcha dos prefeitos dia 11 em Brasília, aproveitem, junto aos representantes da Câmara, levem um coordenador do SINTE e apresentem as dificuldades que o município têm que certamente alguma resposta será dada. Em São Miguel do Gostoso o prefeito teve coragem de se expor à transparência, fez isso e já recebeu a resposta do ministério: terá o complemento; São José do Seridó já está pagando o piso a partir desse mês de maio aos seus professores; vamos seguir os bons exemplos.
Por que Cerro Corá está colocando os educadores numa posição humilhante com retroativo dos quatro meses anteriores a maio, em parcelas a perder de vista se os recursos entraram desde janeiro?
Se continuarmos como estamos, vamos terminar sem chão,lutamos pelo teto; teto vira piso , e nós sem teto e sem piso onde vamos parar?
É fato o discurso de vereadores que usam esta tribuna para dizer que estão apoiando a posição do prefeito, com relação ao que está fazendo com o salário dos professores deste município dizendo que se baseiam na opinião de um ou outro professor que lhes procuram para dizer que estão conformados com isso. Mas porque não se baseiam na opinião das assembleias que representa a voz da categoria, não se pode decidir por um grupo de pessoas se baseando numa posição isolada. Não estamos tratando de um reajuste de salário, mas estamos lutando pela valorização de nossa carreira. Que rumos estamos dando à educação de nosso município, se as adequações que propõem se baseiam em redução de salários? Que motivação está sendo dada aos atuais e futuros profissionais da educação desse município? Caros vereadores, espero que vocês, que por sinal têm participado dessas lutas,aceitem este pronunciamento como a expressão de uma cidadã consciente que está inconformada com a forma desumana que tem se tratado os educadores neste município, e entendam que o povo acompanha a atuação desta casa. Espero que tenham analisado esta lei que aqui está para ser votada, coloquem as emendas que acharem necessárias; lembrem-se: nada está pronto e acabado, tudo tem um novo começo; lembrem-se também que só estão aqui porque um dia tiveram um professor. E quando disserem que estão a favor da categoria de professores, que estejam na nossa luta, de fato; pois tenho visto muitos que dizem lutar pela educação, mas assume uma postura duvidosa, não tomam partido,não enfrentam o poder, assumindo uma postura muito condizente com o poder. Peço ao excelentíssimo senhor presidente desta casa Ronaldo Vilar uma cópia desta Lei que aqui se encontra para votação bem como a planilha.
Neste momento encerro minhas palavras com o que diz a educadora Marilena Chauí:“o que se passa neste país é uma grande luta de classes, num ambiente sujo de hipócritas e de uma falsa democracia”.
DIGAMOS NÃO À ALIENAÇÃO!
OBRIGADA PELO ESPAÇO CEDIDO E PELA ATENÇÃO DISPENSADA.
Maria da Glória da Silva Canário
Professora da Escola Municipal Belmira Viana
Cerro Corá,RN maio de 2011.
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