Os governos federal e estadual gastaram em média R$ 4,2 milhões com a internação de homens vítimas de acidentes e violência no Rio Grande do Norte em 2009. O valor representa 83% de todo o dinheiro gasto com a internação de vítimas de acidentes de trânsito e violência urbana em todo o estado no ano passado. Com a internação de mulheres vítimas de acidentes e violência no estado, o governo gastou aproximadamente R$ 870 mil no mesmo período, representando apenas 17% do total. No Brasil, cerca de R$ 110 milhões foram gastos com a internação de mulheres vítimas de violência e acidentes de trânsito em 2009. Com os homens, foram gastos mais de R$ 396 milhões só no ano passado, representando 78% do total do valor gasto.
Para alertá-los sobre os riscos à saúde como um todo, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) preparou uma programação voltada para eles no Dia Internacional do Homem, celebrado hoje em todo o país. Durante o dia, equipes multidisciplinares realizarão testes de glicemia, colesterol, HIV, verificação da pressão arterial e exames para detectar tumores. O multirão da Saúde do Homem vai ser realizado no Centro de Saúde Reprodutiva Leide Morais, no Alecrim.
A diferença nos gastos na saúde pública entre os sexos revela um problema ainda mais sério. Os homens adoecem mais e morrem mais cedo. Por trás da constatação, há vários fatores. Eles têm mais doenças do coração, vários tipos de câncer, colesterol elevado, diabetes, pressão alta e tendência à obesidade. Além disso, estão mais expostos a acidentes de trânsito, consomem álcool e outras drogas em maior quantidade e estão envolvidos na maioria das situações de violência. De acordo com pesquisas do Ministério da Saúde, a cada três pessoas que morrem no Brasil, dois são homens. A cada cinco pessoas que morrem de 20 a 30 anos, quatro são homens. Eles vivem, em média, sete anos menos do que as mulheres e representam quase 60% das mortes no país.
Vanguarda
Embora o Dia Internacional do Homem tenha sido criado em 1999, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem só foi lançada pelo Ministério da Saúde no Brasil dez anos depois. O objetivo era facilitar e ampliar o acesso do homem aos serviços de saúde. Apesar da demora no lançamento, a política de saúde do homem colocou o Brasil na vanguarda das ações voltadas para a saúde do homem. O país foi o primeiro da América Latina e o segundo do continente americano a implementar uma política nacional de atenção integral à saúde do Homem. O primeiro foi o Canadá. No RN, a Política Regional de Atenção Integral à Saúde do Homem deve ser lançada em agosto deste ano.
Por Andrielle Mendes
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