A desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, da disputa presidencial abriu caminho para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, consolidar uma ampla aliança em torno de sua candidatura e reforçar a eleição plebiscitária, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o governador paulista José Serra (PSDB) como o titular da vaga por exclusão, PP, PR e PTB não enxergam mais nenhum empecilho para emprestar seu apoio à petista.
Seja por convicção ou para aumentar o cacife na negociação com Dilma e Lula, esses três partidos flertavam com uma eventual candidatura do governador mineiro e colocavam obstáculos à declarar apoio à Dilma diante da indefinição do PSDB. A lista engrossava ainda com setores PMDB mineiro. A discussão virou agora sobre qual será o futuro de Aécio Neves, a cabeça de chapa com Serra engessa a capacidade dos tucanos de desidratar a candidatura da chefe da Casa Civil.
Nesses partidos, havia sentimentos ambíguos de comemoração e lamentação, apesar de muitos duvidarem da real capacidade do político mineiro enfrentar a hegemonia paulista do PSDB. "A saída do Aécio abriu caminho para a vitória de Dilma", disse o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte (BA). Integrante da tropa de choque da ministra no partido, ele elogiou a maior interlocução de Aécio com partidos da base aliada. "Dentro do Congresso, ele tem mais densidade que o Serra", emendou. O PP realizou um levantamento interno sobre qual a opção para 2010 que apontou uma clara tendência pró-Dilma, segundo o deputado.
Sem base científica, os parlamentares acreditam que o governador de São Paulo está próximo de seu teto nas pesquisas de intenção de votos e demonstram ceticismo com a transferência de eleitores entre os dois tucanos. "O Serra está batendo no teto nas pesquisas de intenção de votos", disse Negromonte. "Persiste a dúvida se os votos do Aécio vão migrar facilmente assim. É certo que não irão para a Dilma, mas também não sei se vão para o Serra", emendou o deputado Lincoln Portela (PR-MG).
O PR que usava também o argumento da proximidade com o governador de Minas Gerais para se cacifar nas negociações com o PT disse estar aberta a porta ao entendimento. "Facilita o acordo com a Dilma, não para coligação, mas para um apoiamento", afirmou Portela. O comentário é um recado para os petistas que acham que as alianças serão naturais. Sob argumento de que não se pode prejudicar a estratégia de eleger mais deputados e senadores na eleição do ano que vem, o Partido da República (ex-PL) pretende impor todas as dificuldades possíveis para fechar um acordo formal com o PT, nos termos da "minuta de contrato" assinada com o PMDB. "Uma coligação é suicídio, não podemos perder autonomia nos estados", disse Lincoln Portela.
Apesar de acabar os obstáculos à aliança com o PT, esses partidos descartam antecipar a decisão que será tomada em meados do primeiro semestre do ano que vem. "Já estamos no fim do ano, fevereiro é carnaval. Não se decide nada antes do carnaval", afirmou Mário Negromonte. Afinal, ninguém quer dar de mão beijada o apoio à Dilma.
Negociação
No PTB há uma disputa entre o senador Gim Argello (DF) e o deputado estadual paulista Campos Machado sobre qual caminho tomar: apoio ao PSDB ou ao PT. O senador acredita que vencerá a guerra. No PDT, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que sempre defendeu o acordo com Dilma, ganhou força para impor o caminho que escolher. A maior resistência era do deputado Paulo Pereira da Silva (SP), que queria candidatura própria ou apoio ao nome de Ciro Gomes (PSB).
Do Correio Braziliense
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sábado, 19 de dezembro de 2009
Partidos que apoiariam Aécio Neves para presidente,podem apoiar Dilma.
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