O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou nesta segunda-feira o mal-estar provocado na cúpula do PMDB com seu pedido para que o partido apresente uma lista tríplice para a escolha do vice da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Lula disse, em conversa com jornalistas, que os peemedebistas têm autonomia para apresentar o nome de vice, mas que cabe a ministra decidir sobre o assunto.
"Essa questão da lista é quando as pessoas transformam o óbvio em novidade. Eu disse que quem cuida disso é a Dilma. Ela tem que sentar com os aliados e discutir a vice. No momento certo, todos vão sentar e discutir e não quero nem estar perto. O PMDB tem todo o direito de apresentar um nome. O meu vice fui eu quem escolhi", afirmou.
Lula evitou falar sobre sua preferência ao nome do presidente de Banco Central, Henrique Meirelles, para compor a chapa com Dilma. Segundo Lula, por ele, Meirelles permanece à frente do Banco Central até 31 de dezembro de 2010.
O presidente, no entanto, não poupou elogios ao presidente licenciado do PMDB e presidente da Câmara, Michel Temer (SP). "O Temer é um bom companheiro, tem sido de muita lealdade, um bom presidente da Câmara, mas não quero que digam que eu quero que seja o Temer ou não. Quero que a Dilma converse com o PMDB", disse.
A frase de Lula causou mal-estar na cúpula do PMDB, que trabalha para lançar Temer como candidato a vice-presidente.
A cúpula do partido cobrava uma declaração pública de Lula para dar fim ao mal-estar. Na semana passada, o presidente ficou ao lado de Temer durante a abertura da Confecom (Conferência Nacional de Comunicação).
Em clima de harmonia, os dois caminharam lado a lado e tiveram uma rápida conversa --que, segundo interlocutores de Temer, não incluiu o episódio.
Líderes do PMDB chegaram a divulgar nota na qual anunciaram que não descartavam lançar candidato próprio ao Palácio do Planalto no ano que vem e classificaram a declaração de Lula de "intromissão de terceiros" no partido.
"O PMDB, maior partido do Brasil, não vê como devida a intromissão de terceiros, por mais respeitáveis que sejam, em assuntos de sua exclusiva competência interna", diz a nota.
A Folha.
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