De todas as datas nacionais, relativas à linha histórica política do Brasil, a mais lembrada certamente é o 7 de setembro, dia em que se comemora a Independência de Portugal. Neste 15 de novembro, porém, há exatos 120 anos, outro acontecimento marcou o destino do país: a proclamação da república pelo marechal Deodoro da Fonseca. Ao contrário do que relatam os livros de história, não chegou a ser um ato de heroísmo, visto que não foi derramada uma única gota de sangue. A substituição da monarquia ocorreu pelo desgaste da família real. Já naquela época, prevaleceu a vontade das elites dominantes.
Segundo o cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte João Emanuel Evangelista, no Brasil, diferente de muitos outros países, inclusive latino-americanos, a proclamação da república não significou a culminação de uma revolução política. "A implantação da república foi um processo político conduzido 'por cima', sem a participação popular, por setores das próprias elites dominantes. Nãorepresentou uma ruptura política que promovesse uma transformação das estruturas sociais e econômicas", explicou.
Desse modo, após um breve período comandado por militares orientados pelos ideais republicanos, a "velha" oligarquia agrária retomou o comando político e continuou a governar o país por outros meios. "A organização de um Estado moderno, no seu sentido pleno, veio ocorrer apenas depois da chamada revolução de 1930, com o primeiro governo de Getúlio Vargas. A promessa da república, apesar dos muitos avanços recentemente experimentados, ainda é algo a ser consolidado na sociedade brasileira", acrescentou Evangelista.
Evolução
Ao longo desse mais de um século, alguns pontos importantes devem ser considerados rumo ao aprimoramento da república no Brasil. João Emanuel Evangelista destaca que a abolição do trabalho escravo, quase que simultaneamente à substituição da monarquia, manteve a estrutura latifundiária e impediu a democratização do acesso à terra e à organização de um país socialmente mais justo e igualitário.
Somente com Getúlio Vargas, destaca o professor, ocorreu a organização do Estado moderno, com a instituição de uma legislação social avançada e a criação de infra-estrutura necessária à industrialização. "O desenvolvimento industrial foi impulsionado no governo de Juscelino Kubitschek e intensificou-se durante a ditadura militar de 1964. Com isso, a sociedade brasileira modernizou-se e tornou-se social e economicamente mais complexa, surgindo uma forte sociedade civil que organizou e mobilizou as energias cívicas pela conquista da democracia. Com a restauração plena da democracia, a partir da Constituição de 1988, a sociedade brasileira obteve muitas conquistas políticas e sociais", afirmou Evangelista.
Segundo o cientista político e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte João Emanuel Evangelista, no Brasil, diferente de muitos outros países, inclusive latino-americanos, a proclamação da república não significou a culminação de uma revolução política. "A implantação da república foi um processo político conduzido 'por cima', sem a participação popular, por setores das próprias elites dominantes. Nãorepresentou uma ruptura política que promovesse uma transformação das estruturas sociais e econômicas", explicou.
Desse modo, após um breve período comandado por militares orientados pelos ideais republicanos, a "velha" oligarquia agrária retomou o comando político e continuou a governar o país por outros meios. "A organização de um Estado moderno, no seu sentido pleno, veio ocorrer apenas depois da chamada revolução de 1930, com o primeiro governo de Getúlio Vargas. A promessa da república, apesar dos muitos avanços recentemente experimentados, ainda é algo a ser consolidado na sociedade brasileira", acrescentou Evangelista.
Evolução
Ao longo desse mais de um século, alguns pontos importantes devem ser considerados rumo ao aprimoramento da república no Brasil. João Emanuel Evangelista destaca que a abolição do trabalho escravo, quase que simultaneamente à substituição da monarquia, manteve a estrutura latifundiária e impediu a democratização do acesso à terra e à organização de um país socialmente mais justo e igualitário.
Somente com Getúlio Vargas, destaca o professor, ocorreu a organização do Estado moderno, com a instituição de uma legislação social avançada e a criação de infra-estrutura necessária à industrialização. "O desenvolvimento industrial foi impulsionado no governo de Juscelino Kubitschek e intensificou-se durante a ditadura militar de 1964. Com isso, a sociedade brasileira modernizou-se e tornou-se social e economicamente mais complexa, surgindo uma forte sociedade civil que organizou e mobilizou as energias cívicas pela conquista da democracia. Com a restauração plena da democracia, a partir da Constituição de 1988, a sociedade brasileira obteve muitas conquistas políticas e sociais", afirmou Evangelista.
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