Mais de 990 mil trabalhadores do Rio Grande do Norte vão receber cerca de R$ 890 milhões em 13º salário este ano. A estimativa, divulgada ontem pelo Dieese, acende a lanterna de "atenção" nas finanças das famílias, que devem aproveitar o extra para pagar contas, se planejarem para os gastos do iníco de 2010 e aproveitarem as boas oportunidades de compras que ocorrem logo após o Carnaval.
O diretor do curso de gestão financeira da Universidade Potiguar (UnP), o economista Janduir Oliveira da Nóbrega, ressalta a necessidade do trabalhador elencar criteriosamente os gastos, estabelecendo os seus objetivos, desejos e prioridades de consumo, para em seguida, passar esses planos para o papel e ter o orçamento "na palma da mão". "O final do ano é um período muito aquecido economicamente e as pessoas tendem a ficar com o 'coração mole', em virtude da cerimônia de amigo secreto, do Natal e Revellion", fala Nóbrega. De acordo com ele, é fundamental a pessoa fazer um pequeno fluxo de caixa, discriminando as entradas dedinheiro e os potenciais gastos.
"Em primeiro lugar, o consumidor tem que fazer uma determinação do quanto ele quer separar para fazer uma reserva técnica, um pequeno colchão de dinheiro para os gastos do período pós-festas", orienta o economista. Especificamente, ele alerta para o senso crítico que as pessoas devem ter principalmente quanto ao setor de eletrônicos, quando são lançadas muitas novidades nessa época do ano, e a linha branca (tanquinhos, geladeiras, etc.), cujos preços estão sendo influenciados pela redução do IPI.
O economista Omar César Pontes Júnior, da universidade paulista Nove de Julho (Uninove), lembra da necessidade de serem pagas das dívidas com extras como o 13º. "Pode não parecer interessante à primeira vista, mas pagar todas as despesas que surgem no final do ano e, se possível, as antigas, é uma excelente opção. Só para se ter ideia, em outubro de 2009, a média de juros do cheque especial foi de 8,79% ao mês. Por isso, é melhor não acumular dívidas", aconselha o economista.
Janduir Nóbrega também atenta para as pessoas que tiram férias em dezembro. Estes terão de ser mais disciplinados ainda, já que não irão dispor do salário quando voltarem a trabalhar em janeiro de 2010, mês marcado por pagamento de impostos, matrículas e material escolar. "Se tirar férias em dezembro, o cuidado é redobrado, ou as famílias irão passar por uma restrição financeira importante logo nos primeiros meses do ano", fala ele.
Quase metade irá para aposentados e pensionistas
Do total de 991.676 mil potiguares que devem ser beneficiados pelo pagamento do 13º salário, 534.076 mil, ou 53,9% do total, são empregados formais. Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (457.600 mil), correspondem a 46,1% do total. Do montante a ser pago, 66,2% dos R$ 890 milhões - cerca de R$ 589 milhões irão para os empregados formalizados, incluindo os domésticos. Outros R$ 301 milhões, ou 33,8% do total, serão pagos as beneficiários do INSS, aposentados e pensionistas (regime próprio) do estado.
De acordo com os números da representaçaão potiguar do Dieese, o valor médio estadual a ser pago no 13º foi estimado em R$ 821, 4,41% acima do calculado em 2008. Outro aumento registrado esse ano é que a quantidade de pessoas que receberá o décimo em 2009 é de 0,83% superior ao observado em 2008, abaixo da média do país, onde esta população cresceu 2,4%. No Rio Grande do Norte, o Dieese calcula que pouco mais de oito mil pessoas passaram a receber o benefício, por terem requerido aposentadoria ou pensão ou se incorporado ao mercado de trabalho ou ainda formalizado o vínculo empregatício.
Os dados do Dieese são projeção do volume total que entra na economia ao longo do ano, e não necessariamente nos dois últimos meses - ou seja, inclui as duas parcelas em que o bônus pode ser pago. Entretanto, estima-se que a maior parte, cerca de 70% do total dos valores referentes ao 13º, seja paga no final do ano.
Da redação do DIARIODENATAL
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