A suspeita de que uma criança possa estar
sendo sexualmente abusada deve sempre ser investigada cuidadosamente, pois isto
certamente vai afetar em muito a vida da criança e da família como um
todo. Observamos que a violência sexual contra a criança, infelizmente,
ocorre em todos os grupos sociais e se caracteriza quando uma criança ou
adolescente é usado como gratificação sexual por um adulto ou adolescente mais
velho, através do uso da violência física, coação ou abuso da
confiança. Frequentemente, o agressor é um membro da família ou
responsável pela criança, alguém que ela conhece, no qual confia e com quem,
muitas vezes, tem uma estreita relação afetiva.
Normalmente, este
abuso fica cercado de um complô de silêncio, pois este é um ato que envolve
medo, vergonha, culpa e desafia tabus culturais (a sexualidade, incluindo a da
criança) e aspectos de interdependência. O silêncio é uma tentativa de
preservar a família, evitando se dar conta da contradição existente entre o
papel de proteção esperado da família e a violência que nela se dá. Em muitos
casos, o silêncio e a negação caminham juntos. Comportamentos mais
frequentemente observados em crianças que foram ou são abusadas sexualmente:
1 – Crianças
extremamente submissas
2 – Crianças
extremamente agressivas e antissociais
3 – Crianças
pseudo-maduras
4 – Crianças com
brincadeiras sexuais persistentes, exageradas e inadequadas
5 – Crianças que
frequentemente chegam muito cedo à escola e dela saem tarde (num esforço inútil
de escapar da situação do lar)
6 – Crianças com
fraco ou nenhum relacionamento com seus pares e com imensa dificuldade de
estabelecer vínculos de amizade e com falta de participação nas atividades
escolares e sociais
7 – Crianças com
dificuldade de concentração na escola
8 – Crianças com
queda repentina no desempenho escolar
9 – Crianças com
total falta de confiança nas pessoas, em especial nas pessoas com autoridade
10 – Crianças com
medo de adultos do sexo oposto ao seu
11 – Crianças com
comportamento aparentemente sedutor com pessoas adultas do sexo oposto ao seu
12 – Crianças que
fogem de casa
13 – Crianças com
sérias alterações do sono (como em geral os abusos são feitos na cama, se
estabelece o medo de dormir e sofrer o ataque )
14 – Crianças com
depressão clínica
15 – Crianças com
ideias suicidas
16 – Crianças com
comportamentos de automutilação
17 – Crianças com
imensos sentimentos de culpa em relação a tudo
Quando o abuso sexual
é feito por meio do incesto, ele é bem mais profundo e traumático, pois de
forma mais contundente ficam marcados o abandono e a traição, porque à criança
foi negado um direito inerente: o amor e a confiança. As consequências disso
são o emocional devastado, uma autoimagem destruída e uma profunda dificuldade
em estabelecer relações de respeito, admiração e confiança no futuro com as
pessoas.
Geralmente, os homens
que cometem incestos tiveram uma infância marcada por privações emocionais
sérias (causada por morte materna, doenças graves ou abandono de um ou de ambos
os pais).
Crianças mais velhas
são menos facilmente abusadas, pois são mais fortes, maiores e podem revelar ao
mundo tais abusos. Pessoas que foram abusadas na infância chegam à idade adulta
sem os benefícios da infância. Muitas delas se tornam mulheres que acabam por
repetir o padrão de suas mães (casando com homens violentos e abusivos) e, em
geral, se tornam pessoas cronicamente deprimidas.
As estratégias do
abuso sexual de crianças podem ser divididas em cinco fases:
1 – Fase do
envolvimento
2 – Fase da interação
sexual
3 – Fase do sigilo
4 – Fase da revelação
5 – Fase da repressão
O agressor,
geralmente, faz com que a criança participe do abuso, fazendo-a acreditar que
aquilo nada mais é do que um jogo divertido. Ele, frequentemente, sabe o que
agrada as crianças e as recompensa ou suborna.
Em muitos casos, o
agressor abusa sexualmente da criança a fim de satisfazer necessidades não
sexuais suas, tais como: desejo de sentir importante, poderoso, dominador,
admirado e desejado.
Infelizmente, na
maioria das vezes, a criança guarda segredo de tais abusos. E o agressor
consegue dela isso, usando das seguintes estratégias:
1 – Mencionando a
irritação de outra pessoa (se você contar isso à mamãe, ela vai ficar muito
irritada ou brava com você)
2 – Mencionando a
separação (se você contar isso para alguém vão te mandar embora de casa)
3 – Mencionando o
auto prejuízo (se você contar isso a alguém eu vou te matar)
4 – Mencionando fazer
mal a alguém (se você contar isso eu mato a sua mãe)
A revelação do abuso
pode acontecer acidental ou propositadamente. De uma forma ou de outra,
representa o fim de um calvário para a vítima e uma possível punição para o
agressor.
Crianças abusadas
sexualmente, em especial as menores, não entendem o que de verdade está
acontecendo e ficam sem saber COMO reagir nem SE DEVEM reagir. Em geral, elas
fingem ignorar o fato e sofrem, muitas vezes, anos caladas. E lamentavelmente,
quando o fato é revelado, muitas ainda têm que enfrentar o descrédito da
própria família e da sociedade, o que as dilacera ainda mais por dentro.
Vamos ajudar a
colocar esses monstros que cometem esse tipo de crime no seu lugar ideal.
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