A conta de energia elétrica ficará em média, 9,86% mais cara no Rio Grande do Norte, a partir de sexta-feira. O percentual foi definido ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), fica abaixo do reajuste médio proposto pela Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), que era de 11,6%, e também abaixo da inflação acumulada nos últimos 12 meses, medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), que foi de 11%. As indústrias pagarão 10,27% a mais. Jás para residências, haverá alta de 9,7%.
A aplicação do reajuste anual da tarifa está prevista em contratoA Aneel também definiu ontem as tarifas de Sergipe e da Bahia. O aumento aprovado para o RN foi o menor entre os três. Segundo a assessoria de comunicação da Agência, as companhias energéticas, geralmente, pedem um reajuste maior que o autorizado pela Aneel. A Agência, segundo a assessoria, faz os seus próprios cálculos, que nem sempre batem com os realizados pelas companhias. O reajuste, segundo a Cosern, atinge todos os clientes no Estado, número que chega a 1,131 milhão.
Mesmo abaixo do esperado, o aumento da energia elétrica deve afetar a indústria de forma geral, segundo o presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Amaro Sales. A indústria têxtil e de confecções, segundo João Lima, presidente do Sindicato de Indústria de Fiação e Tecelagem do RN, que não vive um bom momento, será uma das mais afetadas no estado. Independentemente do percentual, o reajuste onera o setor produtivo, diminui a competitividade e reduz o número de empregos, de acordo com ele.
A FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DEVERÁ REUNIR OS SETORES MAIS PREJUDICADOS NOS PRÓXIMOS DIAS PARA AVALIAR O IMPACTO DO AUMENTO.
Ao calcular os índices de reajuste, a Agência considera a variação de custos que a empresa teve no decorrer do período de referência. A fórmula de cálculo inclui custos típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incide o IGP-M, e outros custos que não acompanham necessariamente o índice inflacionário, como energia comprada de geradoras, encargos de transmissão e encargos setoriais. Todos os anos, as concessionárias encaminham informações econômicas e um índice com o reajuste pleiteado. Os dados são usados como referência para análise da área técnica da Agência, que sinaliza o reajuste a ser submetido à aprovação da diretoria, em reunião pública.
A aplicação do reajuste anual e da revisão tarifária está prevista nos contratos de concessão assinados entre as empresas e o Governo federal, por meio da Aneel. Os índices homologados pela Agência são os limites a serem praticados pelas empresas.
CONSUMIDORES DE BAIXA TENSÃO SÃO 99% DOS CLIENTES
Em nota, a Cosern esclareceu que, embora o reajuste médio seja de 9,86%, o efeito vai variar conforme o nível de tensão do consumidor. Para os consumidores de baixa tensão, composto principalmente pelos residenciais, que representam aproximadamente 99% do total de consumidores da Companhia, o efeito será de 9,70%. Já os industriais e comerciais de médio e grande portes, ligados em alta tensão, perceberão uma variação média de 10,27%.
“Os encargos setoriais e tributos continuam tendo uma grande participação nos custos da empresa, representando cerca de 33% da receita total da companhia, juntamente com a compra e transmissão de energia, que também representa aproximadamente 38%, e juntos são responsáveis por cerca de 71% da receita total”, informou em nota. Com os 29% restantes, a Cosern informa que cobre os custos de operação e manutenção do sistema elétrico, atendimento aos consumidores, administração do serviço prestado e remuneração dos investimentos.
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